Algumas pérolas:
-Abre a pota (porta) mamãe, a potinha....
-Paínho, vem loguinho!
-Quero suco, suquinho
- Quero avinha (aguinha)
Outra coisa que percebo é que você usa diminutivos quando aquilo a que você se refere tem valor, é algo muito desejado por você, ou um momento em que você derrama toda sua intensidade de ser. Re-li o capítulo da miniatura do Bachelard pensando nisso que você tem nos mostrado de você e descobri a seguinte frase:
"Tenho mãos para te colher, tomilho minúsculo dos meus sonhos, alecrim de minha extrema palidez." - André Breton
Pensei em fazer um outro post, separado deste aqui, para encaixar esta frase de Bergerac que me descreveu, em poucas palavras, a intensidade da sua presença na nossa família, porque neste parágrafo tão pequeno, cabem tantos sentimentos, e sentimentos tão grandes... Mas resolvi mantê-lo aqui, por ter feito parte de um mesmo instante de devaneio meu, e aceitando fazer este post ser exatamente estas gotas de miudezas, que foi exatamente como eu senti, e pude escrever. *
"Esta maçã é um pequeno universo em si mesma, cuja semente, mais quente que as outras partes, espalha ao seu redor o calor que conserva o seu globo; e, deste ponto de vista, o germe é o pequeno sol desse pequeno mundo, que aquece e alimenta o sal vegetativo dessa pequena massa."
Texto de Cyrano de Bergerac citado por Bachelard em seu livro A poética do espaço, pg. 160, no capítulo "A Miniatura" ed. Martins Fontes, 2005.
Eu acho que nunca vi uma descrição tão perfeita de uma casa de família, pensei em nós, e em você minha sementinha....
* Não sei se o Bachelard já falou sobre isso, mas hoje percebi que alguns devaneios, nascem e acontecem assim, abertos e soltos no vento, um após o outro, como bolas de sabão... esferas solitárias no ar, mas unidas pelo vento que sopramos, felizes.

Título: Bolhas de sabão
Tamanho: 100x80
Técnica: Óleo sobre tela